Nestes tempos de incertezas que vivemos em meio a uma pandemia (quem diria não?!) já vi e ouvi de tudo um pouco.
Eu poderia vir aqui escrever um artigo técnico falando sobre arquitetura para saúde e como nossa empresa pode responder a isso, mas tenho visto que não faltam conteúdos, temos visto inúmeras lives, artigos, os colegas têm mostrado seus trabalhos a respeito e acho que estamos bem informados quanto ao assunto na arquitetura para a saúde.
Então quero falar com você empreendedor que está sem dormir. É isso, estamos em crise!
Na crise, a gente acaba conhecendo o amor pela empresa. Percebemos que a empresa não é uma extensão de nós puramente, ela pulsa com as pessoas que trabalham nela, mas quem dá a transfusão do sangue para que ela continue viva é você meu caro proprietário, diretor, dono, CEO etc.
Cabe a você decidir como ela passará por essa e aqui vejo dois caminhos:
1- Líderes que focam a empresa nos negócios
2- Líderes que focam a empresa nas pessoas
Entendo que nenhum caminho é certo ou errado, são apenas caminhos. Líderes que focam nos negócios veem puramente o Resultado, e resultado lê-se resultado financeiro. Crise bateu?! Tchau pessoas, vamos proteger o caixa, quando passar recontratamos.
Eu escolhi as pessoas. Escolher pelas pessoas significa cuidar dos seus colaboradores: não demitir, segurar ao máximo e dar estabilidade e segurança emocional para eles. É abrir uma live por vídeo e falar “está tudo bem, ninguém vai ser demitido e vamos continuar”. Pode ser que não esteja tudo bem, mas querido líder, você não pode colocar seu peso e fardo emocional no seu colaborador.
O risco é seu lembra? O ônus e o risco.
Quando você escolhe pelas pessoas, elas se sentem estáveis no ambiente que estão inseridas e se tornam disseminadoras do propósito da empresa ; a qualidade do serviço interno cresce porque quem é cuidado, cuida e essa é a verdadeira motivação e engajamento.
Isso permeia a organização e essa percepção chega onde? No cliente, na ponta. O cliente é cuidado pelo seu colaborador. Tem até um nome bonito pra isso agora, chama Employer Branding.
Claro que ao escolher um caminho – as pessoas – você sacrifica outro. Sacrifica-se o caixa, seus bens e (dependendo da extensão) o aumento ou contração de uma dívida, que também tem outro nome bonito: Capital de Giro. O tamanho da transfusão que você faz é diretamente proporcional ao quanto você ACREDITA NA SUA EMPRESA.
Se acredita pouco, você acaba tomando as decisões que protegem mais seu caixa. Você fecha a janela antes da tempestade entrar; se acredita muito no seu serviço/produto e confia nos seus talentos você deixa a tempestade vir. Ela vai tirar os móveis do lugar, vai quebrar alguns lustres e até fará você perder alguns objetos, mas depois você sabe que terá ajuda para colocar tudo no lugar.
Ana Cabral, MsC - Diretora BUILD HEALTH